O impacto das empresas no meio ambiente e na relação com a sociedade é cada dia maior e a cobrança para que se adequem e ofereçam soluções à sustentabilidade também. Nos últimos anos, muito se falou sobre ESG (do inglês Environmental, social, and corporate governance) e sua abordagem que vai — e precisa ir! — muito além do greenwashing.
Se as empresas passaram a ser cobradas a adotar uma postura que valorize critérios ambientais, sociais e de governança, o ecossistema em que vivemos não seria esquecido. Pensar em soluções que priorizem o bem-estar social e o desenvolvimento sustentável torna-se a cada dia mais vital, mas não sem muitos desafios pela frente.
A começar que, para as cidades sustentáveis ganharem força, todos os setores da sociedade precisam estar alinhados e empenhados de forma eficiente para melhorar a qualidade de vida da população, promover o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente — tendo os três pilares em igualdade.
Neste contexto, sendo as empresas importantes agentes sociais capazes de influenciar o desenvolvimento urbano, as ações de ESG estão diretamente relacionadas à construção e estabelecimento das cidades sustentáveis.
Para entender um pouco mais dessa relação, vamos falar sobre os conceitos e desafios em torno da agenda de sustentabilidade para as cidades, parte da Agenda 2030 das Nações Unidas, trazendo o conceito de ‘Cidades Sustentáveis’ como um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
ESG: ambiental, social e governança
Um levantamento do Google Trends apontou um crescimento de 1200% nos últimos dois anos nas buscas pelo termo ESG. Para 95% das empresas brasileiras, segundo pesquisa da Aberje, o ESG já é uma prioridade em suas agendas. Por estes números já é possível perceber a relevância do assunto para o mundo corporativo.
O acelerado crescimento do interesse pelo tema acompanha proporcionalmente a urgência imposta pela crise climática. As empresas já perceberam os impactos que esse fenômeno na infraestrutura e a ameaça aos negócios — seja pela pressão social ou pela possibilidade de um colapso climático.
As Nações Unidas determinaram que, para limitar o aquecimento global em 1,5ºC, quando comparado aos níveis pré-industriais, as emissões de carbono devem ser reduzidas em 45%, até 2030, e chegar a zero até 2050. Mais de 70 países, que representam ao redor de 76% das emissões globais de carbono, já se comprometeram com metas net zero, ou carbono zero.
Além disso, o mercado financeiro também já entendeu que olhar para sustentabilidade é estar diante de cifras impressionantes. Segundo análise da agência americana Bloomberg, a área já movimenta mais de US $35 trilhões em todo o mundo. Então, promover práticas em ESG é fundamental para manter-se vivo no mercado.
Para além das questões ambientais, as empresas devem se responsabilizar também com a questão social, no âmbito do relacionamento com seus fornecedores, funcionários e comunidade no geral.
E, finalmente a governança, outro pilar do ESG, trata sobre o gerenciamento e as políticas de administração da empresa, e todas as suas questões internas.
Todo esse movimento em torno do ESG busca gerar um impacto positivo na sociedade, já que a empresa é também responsável por fomentar o desenvolvimento social e ambiental.
Cidades sustentáveis
Diante dos desafios da mudança climática, é necessário repensar e buscar alternativas sustentáveis para lidar de forma adequada com a economia, o meio ambiente e a sociedade.
O objetivo das cidades sustentáveis é evitar o esgotamento do meio ambiente e garantir a sua sobrevivência para as gerações futuras. Para isso, é preciso colocar em prática soluções com novos modelos que foquem na sustentabilidade, implementando políticas públicas e privadas voltadas para a eficiência dos recursos e mitigação das mudanças climáticas, principalmente.
Na prática, a consultoria McKinsey lista cinco pilares essenciais para tirar do papel a necessidade de cidades efetivamente sustentáveis:
LiderançaRegulamentaçãoPadrões abertos globaisParcerias público-privadasEcossistemas de inovação
Uma cidade sustentável deve favorecer os pilares ecológico, social e econômico, de forma alinhada, sem que um se sobressaia ao outro, desequilibrando essa relação. Toda a cidade é formada por governos, empresas e cidadãos, por isso, a construção da cidade sustentável depende da conscientização e ação desses atores, diante de sua responsabilidade e poder de transformação.
As medidas individualizadas não compreendem a complexidade da situação, por isso, essa construção deve ser acompanhada de uma mudança profunda de consciência e atitude, que mexa nas estruturas do problema.
O futuro das cidades sustentáveis was originally published in economialimpa on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.