Com mais de 6 milhões de metros quadrados de floresta amazônica preenchendo o mapa brasileiro, já é possível perceber o enorme potencial do país em contribuir com a corrida global pela descarbonização. Por outro lado, enfrentamos desafios e potenciais particulares ao país.
Quer entender melhor em que posição o Brasil se encaixa no contexto global para o atingimento das metas de redução nas emissões de gases de efeito estufa? Reunimos aqui alguns dos pontos principais a respeito. Confira agora!
Energia verde e o hidrogênio
Para que seja possível o atingimento global das metas de descarbonização, é crucial que os movimentos em prol de uma economia limpa passem pela transformação das matrizes energéticas. Dados da McKinsey apontam que, em 2050, a previsão é que o mix de energia mude a ponto de alcançarmos 50% de representação de fontes renováveis, como o hidrogênio.
Neste cenário, especialmente pela sua geografia favorável, o Brasil se destaca mundialmente como uma potência verde. Atualmente, por exemplo, o Brasil é o 7º no ranking mundial em energia eólica do Global Wind Energy Council (GWEC). Também despontando neste contexto, a produção nacional de biogás para fins energéticos teve um aumento médio de 20% ao ano, entre 2015 a 2019; atingindo 23% de 2019 para 2020.
Apesar do crescimento, dados da Associação Brasileira de Biogás (ABiogás) apontam que ainda há muito mais potencial do que o volume aproveitado atualmente: se comparamos com o atual cenário de produção de biogás no Brasil, é possível calcular que apenas 2% do total é aproveitado e que há oportunidade de expansão em 98%.
São alguns dos números que mostram o potencial que, aliado a investimento público e privado, podem levar o Brasil a um lugar de destaque na frente de transição energética nos próximos anos.
Amazônia brasileira e demais ecossistemas
No que diz respeito ao pilar ambiental da descarbonização, é possível segmentar em duas principais frentes de trabalho com o objetivo para chegarmos às metas globais de redução das emissões de gases de efeito estufa. De um lado, a importância da proteção das áreas e ecossistemas naturais como a Amazônia e o cerrado brasileiro. Do outro, a expansão de áreas compensatórias para equilibrar a pegada de carbono.
Ao mesmo tempo em que a proteção contra o desmatamento passa essencialmente pelo monitoramento e sanção da esfera pública, inúmeros projetos se dedicam ao trabalho in loco para contribuir com manter o ecossistema natural nesses locais.
Já no segundo pilar, o primeiro passo é a mensuração. Apenas sabendo qual a pegada de carbono é possível definir ações e estratégias suficientemente compensatórias.
Importante lembrar ainda que a descarbonização é um desafio coletivo, focado em organizações que apresentam números representativos de emissões.
Cada cidadão pode, sim, contribuir para uma economia limpa. Mas, é a descarbonização do mercado que torna viável o atingimento das metas globais e nacional, para termos como legado um planeta equilibrado do ponto de vista climático.
Para quem quer entender melhor quais são as tendências indicadas para o próximo ano no cenário brasileiro, o professor Winston Fritsch fez uma incrível análise a respeito em uma entrevista concedida para o jornal A Gazeta. Winston é Economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, PhD pela Universidade de Cambridge, sócio e sênior advisor do ECO55.
O Brasil no cenário global da descarbonização was originally published in economialimpa on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.